sábado, 12 de março de 2011

TEISMO ABERTO

A IMAGEM DO ACORRENTADOSe há na teologia moderna um debate polêmico, fatalmente este debate teria como tema o teísmo aberto, pois não há um estudo mais complicado ou delicado do que este no debate contemporâneo.

Falar de teísmo aberto hoje em dia é lucrativo e sempre tem boas repercussões, mas o que temos hoje, se tratando de conteúdo, é um volume gigantesco de críticas feitas pelo fundamentalismo teológico, e são raríssimos os casos em que estas críticas são fundamentadas sem se esquecer a grande problemática central da questão (o porquê do mal acontecido).

Em via de regra, teólogos fundamentalistas dão uma solução muito superficial para esta problemática, atribuindo o porquê do acontecido à soberania divina ou a vontade permissiva de Deus.

Não sou adepto ao teísmo aberto, mas sou amante de um debate mais amplo, que não ridicularize a temática, com respostas superficiais menosprezando aos principais pontos. Sempre defendi que o debate seja aberto, respeitoso com uma abordagem mais profunda. Faço jus a uma destas frases filosóficas onde diz: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las” (Voltaire)

Grandes pensadores têm sido com muita freqüência, “bombardeados” de críticas sendo que muitas delas não são nada fundamentadas. Somente no cenário nacional, pessoas como o Ed René Kivitz e Ricardo Gondim entre outros, são freqüentemente martirizadas, por debater este tema corajosamente sem subtrair nenhum ponto desta problemática.

Algum tempo atrás estava presente no lançamento do livro "Se Deus existe, porque há pobreza" do Dr. Jung Mo Sung (por sinal uma obra também muito polêmica) quando uma pessoa na platéia perguntou ao Jung:

- Professor, o que o senhor acha do teísmo aberto, pregado pelo Gondim? Jung respirou fundo e sensatamente respondeu, em síntese assim: - Olha, nós precisamos olhar atentamente para esse assunto, pois o Ricardo questiona conflitos que poucos tiveram coragem de abordar. Todos pensaram que o ele iria "malhar" o Ricardo, mas sua atitude foi justamente ao contrário, ele, Jung, sensatamente rendeu elogios ao Ricardo pela sua ousadia.

Pouco tempo atrás, Gondim, pelo twitter, estava sendo atacado implacavelmente, onde pessoas estavam o agredindo, por algo que ele falará, quando, já de "saco cheio" e num momento crítico, ele então extravasa, e solta uma frase, cuja qual guardo o seu sentido até o dia de hoje, dizia:

"Teísmo aberto? Como pode existir uma teologia fechada?"

Comecei analisar o sentido desta frase, e fiquei pasmo. Vejamos:

O fundamentalismo, como o conhecemos, é contraditório em si mesmo, pois acredita na revelação progressiva de Deus!!!

É sabido que Deus não poderia revelar todos os seus propósitos de uma só vez, pois a limitação do homem não permitiria. Assim ele foi usando várias pessoas através dos tempos.

Pois bem, a ortodoxia judaica fechou os olhos para Cristo, pois negavam uma mudança na sua teologia. Assim também aconteceu com a teologia reformada com o advento do pentecostalismo, alias não fizeram jus ao lema "sempre reformando"

E ainda hoje caímos no mesmo erro quando agarramos em respostas prontas sem questionar a sua construção, olho para o passado então reflito, será que Tomás de Aquino fechou os olhos para a sua atualidade quando escreveu a sua Suma Teológica, é certo que não, pois trouxe do martírio a filosofia aristotélica. Será também que Lutero menosprezou as suas indagações quando pregou suas famosas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, claro que não. Esses homens obtiveram admiração histórica justamente porque não menosprezaram os seus contextos sociais.

Quando menosprezamos a atualidade, abrimos mãos de nosso futuro.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Papel do Cristão na Sociedade

Qual é a função do cristão no contexto social em que esta inserido?   morro_favela

Vivemos em uma sociedade transtornada pelas injustiças, onde os jovens da periferia têm grandes possibilidades de se tornar marginal, pois o seu ambiente favorece tal comportamento. O que mais me intriga é o grande fato, de que, a diversão é o calvário destas vidas, ou seja, são nos momentos de descontração, ou um pouco após eles, que os jovens cometem os seus maiores delitos. Movidos pelas influências, principalmente das drogas, se transformam em personagens diferentes de si mesmos.

Já ha muito tempo ouço um certo argumento, este argumento constata que as drogas e o álcool servem como um elemento de "fuga da realidade", mas observando estas vidas um pouco mais de perto, vejo que a função do álcool e das drogas são justamente o contrário, elas, na realidade, funcionam como uma ferramenta que inseri o individuo na realidade cotidiana.

Comprovadamente a periferia é um lugar de violência exacerbada, sabemos que o mal faz parte do caráter do ser humano, mas sabemos também que este mal nativo do ser, não tem poder, por si só, de criar as monstruosidades que fazem parte do cotidiano, pois sua força é limitada. O homem natural, em seu estado normal, não é capaz, por si só, de criar situações de grandes atrocidades, sabemos que somos capazes de até cometer um crime grave num momento de desequilíbrio causado por diversas circunstâncias, mas em pleno estado de equilíbrio, não somos capazes de tal crime.

Portanto o álcool e as drogas têm um papel fundamental na formação deste cotidiano e essas misturas acabam ganhando um poder destrutivo muito grande, levando as pessoas a cometer as mais horríveis atrocidades possíveis. Assim sendo as drogas e o álcool não livra o ser humano da realidade, mais sim, somado a outros fatores, modela o nosso dia a dia.

Estamos em meio de criar um futuro com péssimas qualidades de sobrevivência, hoje existe muito barulho social em prol das causas do liberalismo, mas receio que os únicos a lucrarem com esse formalismo liberal é o governo, pois terá um novo leitão gordo para saborear aos mais elevados impostos, sim, pois, assim como no cigarro os tributos destas drogas serão altíssimo, caso venha ter a sua liberação sacramentada.

Caminhamos a passos largos para um futuro negro. Observo que a mudança deste quadro esta atrelada a uma ética moral. Somente através de um novo comportamento é que poderemos amenizar esta força futura, e é aqui, neste ponto, que reafirmo com toda convicção, somente o cristianismo é capaz de mudar este quadro sombrio.

Desta necessidade surgi uma grande responsabilidade do cristão com a sociedade, levar a ética de Cristo às periferias tão carentes. Uma função que ficou muito mais complicada tendo em vista a grande queda na credibilidade social causada nos últimos tempos por verdadeiros charlatões que tem feito parte do cristianismo moderno.

Mas tenho tido bons olhos para o atual momento da Igreja, ainda acredito que o bom comportamento de alguns remanescentes possa desencadear uma onda de comportamento ético, tão necessário nestes tempos atuais.

Assim nascerá uma esperança social nas periferias das nossas cidades.

 

Soli Deo gloria.

Postagens populares

Fernando Pessoa.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo…